Uma equipe com pessoas de diferentes gêneros, raças, orientações sexuais e idades traz engajamento, inovação e soluções para empresas. Mas estudo mostra que há muito a avançar.
Se você está lendo este conteúdo no seu ambiente de trabalho, vamos propor um rápido exercício: quantas mulheres há em volta? E quantos negros? Tem alguém com mais de 50 anos? Quantas pessoas com deficiência? Há algum homossexual? E transexual? Se os seus colegas de trabalho representam um grupo diverso de pessoas com relação ao gênero, orientação sexual, raça e idade, saiba que a sua empresa é uma exceção na realidade brasileira.
O Opinion Box e a Revista HSM Management divulgaram um estudo sobre a diversidade nas empresas, com entrevistas a mais de 2 mil profissionais de todas as regiões do Brasil que trabalham em organizações com mais de 10 funcionários.
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Os resultados mostram o quanto é preciso avançar nesta área. Veja como a diversidade está longe da realidade das empresas brasileiras:
- 1 em cada 4 entrevistados avaliam que menos de 5% dos colegas são negros;
- 10% não gostariam de ter um chefe com uma orientação sexual diferente da dele;
- 29% das empresas não possuem nenhuma pessoa com deficiência;
- 44% das empresas não possuem nenhum transexual em seu quadro de funcionários;
- 37% dos profissionais afirmam que já houve algum caso de discriminação na empresa em que trabalha;
- 8% teriam dificuldade em ter um chefe de uma raça diferente da sua;
- 11% acreditam que pessoas com deficiência têm mais dificuldade de assumir cargos de liderança;
- 9% acham que os homens têm mais capacidade de liderança do que as mulheres.
Os dados são alarmantes, mas há esperança. De acordo com os entrevistados, dois terços das empresas já colocam em prática ações para promoção da igualdade no ambiente de trabalho.
PROGRAMAS DE DIVERSIDADE
O estudo baliza a preocupação com o assunto da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Espírito Santo (ABRH-ES), que criou uma diretoria de Diversidade com o propósito disseminar conhecimento sobre o mundo do trabalho para desenvolver pessoas e organizações.
“A temática relacionada à diversidade, neste momento, se mostra como uma das mais importantes, que, a partir da sua discussão, vão de fato descortinar novas possibilidades de trabalho, restabelecer relações. Nada mais justo do que refletir na nossa estrutura organizacional uma diretoria que trata desse tema”, diz Cynthia Molina, ao explicar o trabalho à frente dessa diretoria na ABRH-ES.
Para Cynthia, algumas empresas do Espírito Santo já entenderam a potencialidade dos Programas de Diversidade e possuem, em suas causas, metas que envolvem grupos vulnerabilizados. E a ABRH-ES procura fomentar a prática.
“Nós apoiamos as empresas gerando conteúdo de qualidade sobre o tema, parte conceitual, via mídias digitais e por meio de debates no calendário de eventos (fóruns, congresso etc) onde recebemos profissionais de RH e lideranças em geral”, explica.
COMBATE À DISCRIMINAÇÃO
Outro desafio é combater a discriminação. Pelo estudo, 37% dos profissionais afirmam que já houve discriminação na empresa em que trabalham, e pior: em um quinto das empresas, há participação dos gestores nestes casos.
Entretanto, as pessoas estão reagindo. Quatro em cada 10 profissionais que afirmam que já houve discriminação, não concordaram com a forma como a empresa lidou com a situação, e 52% teriam dificuldades de trabalhar em uma empresa onde já ocorreu um caso de discriminação.
Como as organizações são pessoas, se conclui que os números da diversidade podem mudar se mais profissionais tomarem consciência e começarem a rejeitar comportamentos e práticas que estejam na contramão da história.
“Os resultados da diversidade se apresentam em forma de maior engajamento e mais inovação. Porque pensamentos e realidades diversas têm o potencial de trazer as melhores soluções para as empresas”, defende a diretora da ABRH-ES.
Então, fica a pergunta para sua reflexão: o que você pode começar a fazer para aumentar a diversidade na sua empresa hoje mesmo?