O Estado ficou em primeiro lugar no ranking de duas instituições que avaliam políticas de dados abertos e transparência no combate à pandemia.
Em meio a uma crise mundial na saúde, a análise de dados abertos tem se mostrado arma decisiva no conjunto de ações de combate à pandemia. Onde o número de casos aumenta, onde diminui? Quando afrouxar as restrições, quando apertar? Com uma base de informações confiável as decisões têm mais chances de acerto. Segundo a Open Definition, documento publicado pela Open Knowledge Foundation (OKF), dados abertos (também chamados de open data ou public datasets) são aqueles que podem ser livremente utilizados, reutilizados e redistribuídos por qualquer pessoa, sujeitos, no máximo, à exigência de atribuição à fonte original.
Graças à disponibilidade de open data dentro e fora do país, tem sido possível mapear o comportamento da Covid-19. No Brasil, informações públicas provenientes de secretarias de saúde estaduais têm sido decisivas para contabilizar os números da pandemia diariamente. “Os dados nos dizem o que a sociedade e as economias precisam. Eles nos dizem onde as pessoas estão, onde o vírus pode estar se espalhando e como enfrentar os desafios sem precedentes que comunidades, indústrias e nações estão enfrentando, agora e nos próximos meses”, pontuou Jeni Tennison, vice-presidente e chief strategy adviser do Open Data Institute (ODI) – um dos principais atores no debate global sobre dados abertos –, em entrevista à Forbes.
Atualmente primeiro colocado nos rankings de transparência no combate à Covid-19 da associação Transparência Internacional no Brasil, e da Open Knowledge Brasil (OKBR), o Espírito Santo pode ser considerado um case de sucesso quando se fala em política de dados abertos. “O Estado é o mais transparente durante a pandemia em duas grandes avaliações existentes no país. Títulos pelos quais lutamos e nos orgulhamos, porque se traduzem em respostas mais rápidas para sairmos desse momento que prejudica a todos”, salienta o secretário de Estado de Controle e Transparência (Secont), Edmar Camata (foto em destaque).
O secretário aponta que a maturidade dos dados pode ser vista no Painel Covid, um dashboard online que exibe números atualizados diariamente sobre a pandemia no Espírito Santo. “A tecnologia aplicada permite a leitura fácil e a extração de microdados. Atingimos a pontuação para fazer parte dos rankings sem um real gasto. Não se comprou licença, não se fez consultoria. Tudo foi feito por equipes integradas dia e noite para colocar os dados no ar. Vejo que uma das grandes missões da secretaria é cada vez mais usar os dados abertos. O importante é transformar dados em informação e utilidade”.
Com a pandemia veio a oportunidade de estudar as informações disponíveis para fazer frente ao coronavírus. “Os países que conseguiram reunir dados ajudaram no combate à doença. Temos que pegar toda a base de dados da saúde, estudar, entender e ver como aquilo pode ser útil para nos ajudar a sair da pandemia antes”, diz Camata. Um levantamento da agência Buzz.me mostra que a página teve mais de 60 mil interações no Facebook desde sua criação.
Transparência
Para o cidadão que quiser olhar de perto todos os detalhes das compras, preços e até mesmo saber para onde vão as doações feitas ao Estado, o https://dados.es.gov.br/dataset/dados-sobre-pandemia-covid-19 reúne todos os dados abertos sobre a pandemia. “Mostramos todas as doações e para onde foram direcionadas. A Transparência Internacional pegou o nosso exemplo e estipulou que os outros estados façam o mesmo. Cedemos a estrutura do Painel Covid para quem quiser. Recebemos contato da Prefeitura do Rio de Janeiro, que está tendo muita dificuldade com tudo. Nosso objetivo é ser colaborativo”, afirma o secretário.
No último ano o Espírito Santo passou a publicar informações que antes não estavam disponíveis de forma consolidada para consulta. “O Estado criou um portal para que o cidadão consiga ter acesso às notas fiscais completas das compras públicas. É possível saber de tudo que foi tirado de nota fiscal, quanto o Estado está gastando em combustível. No portal de dados abertos são disponibilizados conjuntos de dados e microdados”, destaca Camata.
O secretário adianta que o Governo do Estado se prepara para que o conhecimento adquirido na pandemia se torne definitivo. A tecnologia desenvolvida dá a capacidade de informar, em tempo real e online, o que antes dependia de um formulário manual. A ideia é que outras doenças de notificação obrigatória, outras endemias e surtos, sejam visualizados com antecedência, e permitam que o combate também comece antes.
Saiba mais:
Portal Transparência: https://transparencia.es.gov.br/DadosAbertos
Portal de dados abertos: https://dados.es.gov.br/dataset/dados-sobre-pandemia-covid-19
Portal do coronavírus: https://coronavirus.es.gov.br
Painel Covid: https://coronavirus.es.gov.br/painel-covid-19-es
Prestação de contas das doações: https://coronavirus.es.gov.br/ESsolidario
Notas fiscais das compras públicas: http://s1-internet.sefaz.es.gov.br/ConsultaNFeOrgao/Consulta
Vá além:
Dados do Governo do Brasil: http://dados.gov.br/
Dados da NASA: https://data.nasa.gov
Dados do Banco Mundial: http://data.worldbank.org
Dados sobre a saúde: http://www.healthdata.gov
Dados sobre diversos países (incluindo o Brasil): http://knoema.com
Open Data Monitor: http://opendatamonitor.eu
Portal de Estatística: http://www.statista.com
Reconhecimento de Faces: http://www.face-rec.org/databases
Stanford Large Network Dataset Collection: http://snap.stanford.edu/data
Datahub: http://datahub.io/dataset
(Fonte: cienciaedados.com)