O projeto colaborativo com um dos jornalistas mais influentes do Estado traz lives e outras iniciativas para abordar a crise causada pela pandemia sob várias perspectivas
O WhitepaperDocs e o colunista Maurício Prates iniciaram uma série de ações online com conteúdo sobre a pandemia e seus impactos do ponto vista social. A live “A Epidemia Invisível: sociedade e saúde na era da Covid-19” fez a estreia do projeto, que tem como objetivo levar ao capixaba orientações e dicas para enfrentar a crise causada pela pandemia sob vários pontos de vista. A iniciativa tem o apoio da ArcelorMittal.
“Para a maioria de nós, não está sendo fácil lidar com a sobrecarga emocional e ainda conciliar casa, home office e família. Os traumas deste momento incomum podem vir a ser uma verdadeira pandemia invisível e que devemos nos prevenir”, salientou Prates nas redes sociais. Para a primeira live foram convidadas profissionais de psicologia, que compartilharam suas experiências e deram orientações para as saúdes física e emocional durante e após a quarentena. O encontro pode ser conferido na íntegra no perfil @mauricioprates15 no Instagram.
Mediadora da live “A epidemia invisível”, a psicóloga Arielle Nascimento ressaltou a importância de espaços para discussão da pandemia sob o ponto de vista da saúde mental. “Tenho a honra de participar dessa discussão e parabenizo pela importância de poder conversar sobre isso que temos vivido. [A pandemia] É algo que tem nos impactado e que exige de nós essa responsabilidade de se debruçar com atenção sobre os impactos de isso tudo”, analisa Arielle.
Pandemia e a família
A psicóloga e psicanalista Bianca Martins também participou do encontro, e lançou olhar sobre os impactos da pandemia no campo da família. “Sempre busquei entender como a família funciona. E quando essa família tem conflitos, como nós, profissionais de saúde mental, podemos emprestar a nossa escuta para apoiar modos dessa família enfrentar os seus momentos de crise. O tema é muito oportuno. Na nossa contemporaneidade não atravessamos nada parecido. Esse é um drama coletivo dos últimos 50 anos. Como nossas famílias são impactadas, e qual resposta essas famílias estão prontas para oferecer? Acho que essa é nossa maior preocupação”.
Bianca pontua que cada família é impactada da sua forma, e que esse é um momento muito rico para repensar o modo de viver. “Cada discurso, cada história, tem que ser visto de forma única. Essa crise trouxe ruptura para todos nós. Todo mundo tem que enfrentar o desafio de lidar com os medos, com as fantasias, as doenças, as mortes, com a parte sombria da existência. Encarar isso é uma chance de aprender e ter um impulso extra na vida”, explica a especialista, que acrescenta: “Não existe mais o normal. Vamos encontrar uma nova realidade”.
Fabiana Davel, psicóloga que também participou da discussão, chama atenção para o fato de a pandemia ter feito as pessoas perderem o controle de tudo de repente. “A pandemia escancarou a imprevisibilidade da vida. De repente em março acontece isso e as pessoas vivem esse momento do ‘o que eu faço?’. É um processo de luto. Uns vivem o luto real, outros um luto simbólico. De uma forma ou de outra vive-se esse luto. Quem não vive perdeu a humanidade, não consegue olhar para o lado e ver o sofrimento do outro”, afirma.
A psicóloga defende que, mais do que nunca, é preciso convocar as forças criativas. “As regras mudaram. Quando as regras mudam e eu consigo, a partir desse novo, me reconfigurar, aí eu sou um sujeito saudável. Reconfigurar-me me ajuda a reavaliar minha vida. É o momento de pensar nas relações sociais. Espero que as pessoas consigam ser mais empáticas, espero que continuemos usando a tecnologia de maneira intensa para transformar vidas, tenho a esperança da transformação”, revela Fabiana. Detalhes sobre as próximas ações do projeto serão divulgados em breve nas redes de Maurício Prates.