Por Camila Borges, participante da Oficina de Jornalismo realizada pelo WhitepaperDocs em parceria com o Sebrae-ES.
O OABLab, laboratório de inovação da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES), iniciou a implantação de uma plataforma de mediação online. O projeto possui a proposta de combater a morosidade na Justiça, ou seja, diminuir o tempo processual e criar mais oportunidades para o advogado.
Fundado em maio deste ano, o OABLab nasceu com o propósito de buscar soluções para desafios do sistema OAB-ES e, posteriormente, para o sistema de Justiça de uma forma geral. A iniciativa capixaba é precursora na criação de um ambiente de inovação próprio entre as seccionais da OAB no Brasil e tem como missão trazer inovação e tecnologia para um órgão com mais de 90 anos de história.
A intenção é criar uma “cultura da inovação” dentro da entidade, isto é, um ambiente em que mudanças e soluções inovadoras sejam incentivadas e postas em prática. Sobretudo, visa estimular a conexão entre advogados e a colaboração com outras instituições do sistema de Justiça: Ministério Público, Defensoria, polícia, entre outros, para que, de forma colaborativa, todas possam ser beneficiadas.
“Em primeiro lugar, desejamos fortalecer esse senso de comunidade entre advogados e depois que isso se espalhe. A ideia é que outras seccionais da OAB se inspirem no nosso lab, que seja um modelo replicável nacionalmente”, comentou Luis Felipe Valfre, Presidente do OABLab.
Dentro do OABLab, vários projetos estão em desenvolvimento. Entre eles, o Programa de Aceleração da Advocacia, que tem a proposta de “ir do zero ao seu escritório digital”. A ideia é capacitar advogados e inseri-los numa trilha de aprendizagem até que ele estruture o seu escritório e o atendimento no ambiente digital. Além disso, está sendo elaborado um marketplace de startups, principalmente lawtechs – termo utilizado para nomear empresas que desenvolvem produtos e serviços tecnológicos voltados para o mercado jurídico – que pretende ser um elo de conexão entre a advocacia e a inovação por meio de startups.
“A gente está seguindo numa perspectiva de inovação aberta. Pretendemos conectar as startups para que elas possam oferecer soluções para o mercado jurídico, para a advocacia em especial”, afirmou Valfre.
Para Luis Felipe Valfre, inovação não é pensar em novas formas de auxiliar um público diverso: “Inovação é business, é estimular novas formas de interagir com o nosso público, alcançar performances maiores, gerar resultados e oferecer produtos e serviços melhores para a sociedade”.
Esse é o maior objetivo do ambiente, que atualmente funciona apenas de forma digital, mas está discutindo maneiras de viabilizar um ambiente físico. Além disso, a ideia é expandir a iniciativa para outros municípios do Estado.