Uma vez por ano, o ecossistema de inovação do Espírito Santo se reúne para o ESX, o maior evento de inovação do Estado. E a edição 2023, que será realizada por Sebrae/ES de 2 a 4 de junho, na Praça do Papa, em Vitória, com correalização do governo do Estado e apoios da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) e Vale, traz números que demonstram o crescimento exponencial do evento: serão mais de 100 startups participantes, mais de 100 horas de conteúdos, oficinas e experiências, além de palestras com grandes nomes do cenário nacional.
O diretor Técnico do Sebrae/ES, Luiz Toniato, falou ao WhitepaperDocs sobre o propósito do evento, a importância de reunir todos os atores do ecossistema em um só lugar para mostrar sinergia à sociedade e as expectativas em torno do ESX 2023.
⁃ O que o ESX 2023 trará de novidade em relação às edições anteriores?
Luiz Toniato, diretor Técnico do Sebrae/ES – O ESX surgiu de um debate dentro da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI) na perspectiva de que tínhamos um grupo de cinco hélices – academias, empresas, entes de governo, instituições e startups –, cada um fazendo suas atividades, mas precisávamos tangibilizar um senso de convergência. Precisávamos demonstrar para a sociedade que tínhamos esse grupo de atores para fortalecer o ecossistema de inovação no Espírito Santo.
O evento veio para, uma vez ao ano, nos encontrarmos e fazermos essa demonstração de intensidade do movimento de inovação.
O Sebrae/ES ficou assumiu a realização porque tem transversalidade com todas as instituições, todos os setores da sociedade. Tem correlação com entes públicos, interações com academias e institutos de pesquisa, com o setor produtivo de qualquer atividade. Mas o evento não é do Sebrae/ES, é para o ecossistema de inovação. Nosso olhar é que a causa tem que ser maior que a casa. O propósito que é o protagonista – contribuir para evoluir o ecossistema de inovação no Espírito Santo.
E como se demonstra a densidade de um ecossistema de inovação de um território? Com o número de startups existentes. O ESX 2023 terá multiplicado por mais de cinco vezes o número de startups presentes em relação às edições anteriores. Serão mais de 100 empresas inovadoras de base tecnológica. Trata-se de um salto quântico.
O ESX é para as startups e pelas startups. E isso está refletido inclusive no projeto da arquitetura do evento. São as startups que estarão no centro da planta. Elas são a exteriorização, a demonstração física de um ecossistema que está produzindo um conjunto de startups e mostrando para a sociedade que tem solução para diversos desafios, nos mais diferentes segmentos – fintechs, agtechs…
– Qual é a importância da união desses diversos atores em um só espaço?
Cada uma de nossas lideranças, instituições e órgãos precisamos nos comprometer com a estratégia maior, que é servir ao ecossistema de inovação. Criar a ambiência, com cérebros, habitats, aceleradoras, academias produzindo as competências necessárias, instituições apoiando, capacidade de investimentos, comunicação, internacionalização. Que uma vez por ano estejamos juntos em um grande evento para mostrar à sociedade que todos os atores estão operando em sinergia, em convergência.
É sempre importante olhar na perspectiva da egrégora. Qual é a forma mental que está sendo engendrada para esse tipo de atração? Quando cada ator faz um evento isolado, fragmentado, por si só eles são valorosos, mas quando estamos juntos, forma-se uma egrégora que passa para a sociedade uma escolha civilizatória: nós, enquanto sociedade, estamos escolhendo o caminho da ciência, da tecnologia e da inovação para pavimentar os futuros possíveis para nossos filhos e netos. O evento é um mero meio para isso.
⁃ Quais os ganhos para as startups participantes?
O Sebrae tem um levantamento atualizado apontando que o número de startups capixabas passa de 200. Para participar do ESX, a startup precisa ser do Espírito Santo. E as mais de 100 inscritas para o evento atuam em diversos ramos da sociedade e da economia.
O que é muito interessante é colocá-las uma do lado da outra para estabelecerem conexões. Muitas vezes dessas conexões surgem novas startups, da união de duas que encontram complementaridade. E surgem negócios.
E costumamos dizer que startupeiros não sobrevivem sem café. Por isso, com apoio do Sicoob, colocamos o Sicoob Café Hall no meio das startups. Os empreendedores vão tomar um cafezinho e já estão fazendo negócio.
⁃ Qual tema é a aposta de destaque deste ano?
Teremos temáticas muito diversificadas. Vai desde o olhar para as tendências, falando de ESG, de futuros, de inteligência artificial e ciência de dados até a prática, com oficinas de trabalho. Por exemplo, como elaborar projetos para uma ideia inovadora, como vender, como implementar estratégias para atuar no e-commerce, como se preparar para buscar recursos financeiros, qual é o passo a passo para se internacionalizar etc.
⁃ O time de palestrantes tem nomes extremamente relevantes, como Kim Farrel (executiva do TikTok), Diego Barreto (vice-presidente de Finanças e Estratégias do iFood) e Junior Borneli (CEO e founder da Startse). O que representa para o ecossistema de inovação capixaba o contato com essas referências nacionais?
Representa beber em fontes qualificadas. São informações atualizadas sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Cada um traz suas expertises para falar sobre sua área de atuação na inovação para um público que precisa beber nessas fontes, para se atualizar e se inspirar.
⁃ O que o Sebrae/ES irá disponibilizar durante o evento ao público que quer empreender com inovação?
O Sebrae/ES irá ofertar soluções, mentorias e consultorias, dando todo o suporte necessário para quem quer iniciar um negócio, para quem já está com a startup funcionando e quer acelerar ou aprender como atrair investimentos. Existem vários produtos de acordo com o estágio de maturidade que essa startup esteja. Vamos estar lá demonstrando isso e ofertando para os clientes do Sebrae/ES, os pequenos empreendedores.
Isso também vale para os fornecedores, academia, prefeituras. Todos estarão mostrando o que eles têm sob a ótica da inovação nos serviços que estão ofertando para a população. O governo do Estado na área dos créditos, apoios e presença de diversas secretarias, Bandes, Banestes, além do que eles estão fazendo no sentido de gerar inovação dentro para prestar melhores e mais qualificados serviços para a sociedade.
E alguns municípios também vão estar lá mostrando o que estão fazendo no seu ecossistema local de inovação. Há movimentos importantes acontecendo em Colatina, na Serra, Aracruz, Cachoeiro, Venda Nova.
O Ifes, por exemplo, vai demonstrar o projeto da Cidade da Inovação além de diversas outras atividades em seus mais de 10 núcleos de inovação.
Um evento dessa magnitude é inimaginável sem parceiros. Gostaria de deixar registrado meus agradecimentos a todos que estão participando, como o governo do Estado, que é correalizador, o Sebrae Nacional, MCI, Prefeitura de Vitória, Sicoob, OCB, Fecomércio, Senac, grandes empresas, como Vale, Suzano, ArcelorMittal, EPD e Petrobras, e academias, como Ufes, Faesa, UVV, UCL e Multivix.
⁃ E não são só os adultos que têm experiências e conteúdos. A programação voltada para as crianças é sempre sucesso de público. Pensando em médio e longo prazo, qual a importância de apresentar o universo da inovação ao público infantil?
Esse é um ponto importante. Nós tivemos que triplicar o espaço Talentos do Amanhã. É emocionante. A startup responsável pela programação no espaço tem uma metodologia que treina essas crianças através do processo de programação. Tem área de games também, que estimula a gamologia, que é aprender jogando. E no caso é ensinado programação básica para essas crianças.
Em muitos casos no mercado já é exigida alguma noção básica de programação. Hoje, uma das áreas mais carentes em termos de mão-de-obra é essa área de inteligência de dados e programador.
Esse é um pontapé inicial que oferecemos no âmbito do ESX para estimular a cultura de gamificação e programação para a criançada. E é bonito de ver, a criança vê um mundo novo se abrindo para ela. Tem um espaço preparado para as mamães e papais sentarem e acompanharem esse trabalho com seus filhos, e eles se enchem de orgulho.
⁃ Como avalia o impacto do ESX no ecossistema de inovação capixaba até então e o que se espera dessa edição?
Esperamos que o ESX seja uma espécie de impulsionador. Ele é uma oferenda para o ecossistema e pelo ecossistema de inovação. Nossa expectativa é que ele possa cumprir o papel de contribuir para formar convergência, sinergia, dos atores das cinco hélices. Que eles possam estar orientados numa só estratégia: tornar o Espírito Santo um dos estados mais inovadores do Brasil.
Para isso, precisamos de um monte de dever de casa. Os desafios são inúmeros, como formação de talentos, ampliar a inovação aberta, formação de spinoffs acadêmicas, soluções de eGov, de serviços digitais com mais eficiência, menor custo e mais agilidade para os cidadãos que pagam impostos.
Que o ESX possa ser uma espécie de indutor dessa formação, dessa sinergia que pretendemos implementar e passar para a sociedade.