Por Américo Soares, participante da Oficina de Jornalismo realizada pelo WhitepaperDocs em parceria com o Sebrae/ES
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) possuem características únicas que englobam variações na comunicação, interação social e padrões comportamentais. Apoiar crianças com TEA envolve a criação de ambientes inclusivos e adaptados, estimulando suas habilidades individuais e respeitando suas necessidades sensoriais. A intervenção precoce, com terapias especializadas e o envolvimento familiar, desempenham papéis cruciais no desenvolvimento e no bem-estar dessas crianças, permitindo que alcancem seu potencial único e se conectem de maneira significativa com o mundo ao seu redor.
Uma nova ferramenta em estudo para esse processo é o robô Castor, que tem o objetivo de melhorar as interações das crianças com TEA durante as terapias com profissionais da saúde e da educação, por meio de jogos interativos que promovam o desenvolvimento das habilidades sociais e comunicativas das crianças.
O projeto, desenvolvido na Colômbia, já foi implementado em terapias na Colômbia e no Chile e, em parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), teve seus benefícios ampliados com estudos realizados pelo Laboratório de Telecomunicações (LabTel).
A mestranda em Engenharia Elétrica e bolsista do LabTel Maria Gaitán Padilla destaca a importância do projeto para a comunidade externa.
“Existem vários projetos anteriores ao Castor sobre robótica social em terapias para crianças com TEA, no entanto, poucos deles são robôs de baixo custo ou robôs projetados especificamente para a tarefa de interagir com crianças, especialmente com crianças com TEA. A ideia é beneficiar a comunidade com TEA do Espírito Santo, disponibilizando a tecnologia desenvolvida para aplicações terapêuticas reais e cotidianas que podem impactar a qualidade de vida de crianças e jovens”, disse Maria.
Todo o projeto, que é desenvolvido para chegar ao ambiente terapêutico, tem como destino final se transformar em um produto oferecido a instituições educacionais e terapêuticas com serviço de programação orientado aos usuários e às necessidades de cada um. O Castor está em fase de familiarização, aprimoramento e parcerias com centros de atendimento a crianças e jovens neurodiversos e ainda não tem data prevista para ser disponibilizado ao mercado de forma geral.
Apoio à inovação
O TEA é uma condição complexa e diversificada, exigindo abordagens personalizadas e adaptativas para atender às necessidades específicas de cada criança. A inovação pode levar ao desenvolvimento de novas terapias, intervenções e tecnologias que se alinham melhor com os perfis individuais das crianças, maximizando seu potencial de desenvolvimento.
A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) é um dos apoiadores do projeto Castor, fomentando a participação da comunidade acadêmica em trabalhos que utilizam a tecnologia para melhorar a vida das pessoas.
“Projetos como o Castor são especialmente satisfatórios para nós, pois trazem para a sociedade um benefício direto, uma vez que ele busca ajudar um conjunto de pessoas com um problema que, durante muitos anos, passou escondido dentro da nossa sociedade. O robô Castor vem para contribuir de forma significativa atendendo a esse conjunto de pessoas”, explicou o diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), Denio Arantes.