Por Thiago Borges
O Espírito Santo vem, ao longo dos últimos anos, consolidando diversas iniciativas significativas para impulsionar o ecossistema de inovação e empreendedorismo local, buscando se tornar referência no País. Neste sentido, o Estado comemora a evolução do posicionamento em recentes pesquisas nacionais e mapeamentos locais do segmento publicadas durante 2023 e se prepara para continuar avançando no próximo ano.
Segundo o último Ranking de Competitividade por Estados, divulgado em agosto, o Espírito Santo está na 14ª posição no pilar de inovação. Já na mais recente edição do Índice FIEC de Inovação dos Estados, publicado pelo Observatório da Indústria em 2022, o Estado aparece em 9° lugar.
De acordo com a Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), movimento que reúne mais de 20 entidades do setor produtivo, universidades, empresas privadas, instituições e governo, o Espírito Santo tem três grandes metas até 2030: ficar entre os cinco estados mais inovadores do Brasil, alcançar o número de mil startups em atividade e ter 20% de empresas baseadas em tecnologia e inovação entre as 200 maiores do Estado.
O ecossistema de inovação tem sido encarado como a mola propulsora dos negócios, transformando ambientes colaborativos, nos quais os atores corporativos se juntam a fim de inovar e gerar alto desempenho social e econômico. Quando se fala em atores, refere-se a empresas, startups, governo, venture capital e tantos outros, cujo objetivo em comum é o de crescer em diferentes aspectos sociais e econômicos.
Para trazer um panorama deste cenário, o WhitepaperDocs conversou com exclusividade com o coordenador da Secretaria Executiva da Mobilização Capixaba pela Inovação (MCI), Iomar Cunha, para entender o desenvolvimento do ecossistema no Estado durante 2023 e as ações de fortalecimento da MCI.
Como avalia o desenvolvimento do ecossistema de inovação capixaba durante o ano de 2023? Quais foram os principais destaques? Vale pontuar algum dado do crescimento, investimento e mobilizações que promoveram a inovação?
Iomar Cunha, coordenador da Secretaria Executiva da Mobilização Capixaba pela Inovação – Acredito que o balanço é extremamente positivo. Além de um forte processo de interiorização, com chegada de novos ambientes e oportunidades fora da Grande Vitória, nossas corporates, startups e ambientes conseguiram ter notoriedade e premiações em eventos nacionais. Também avançamos na identificação e fomento de atores do ecossistema.
A MCI possui ao menos três metas principais para fortalecer o ecossistema de inovação até 2030: Posicionar o ES entre os cinco Estados mais inovadores do Brasil; Alcançar o número de 1.000 startups no Espírito Santo; e ter 20% de empresas baseadas em tecnologia e inovação entre as 200 maiores empresas do Estado. Como está o andamento dessas metas? Em que momento estamos? E quais os resultados delas atualmente?
Foram metas construídas em 2018 e que precisam ser constantemente revisitadas e, principalmente, perseguidas com empenho. Muitos dos projetos que estamos apoiando trarão forte contribuição nesses indicadores no médio prazo.
Falando agora de desafios, quais foram os principais desafios enfrentados durante 2023? Como esses desafios foram abordados e superados?
Realmente foram e são vários. Podemos destacar a necessidade urgente de especialização de nossos ambientes para que as várias jornadas de inovação consigam escalar em algumas fases. Também a atração de fundos e oportunidades além das já heroicamente conquistadas.
Quais foram as ações mais impactantes durante 2023? Como essas ações refletiram no ecossistema de inovação? Alguma iniciativa chamou mais a sua atenção e que vale destacar?
Conseguimos interiorizar a inovação. Editais da Fundação de Apoio à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES) estimularam a criação e o fortalecimento de ações no interior que estão estimulando tanto a educação empreendedora quanto o surgimento e a capacitação de startups fora do eixo da Grande Vitória. Também aumentamos a visibilidade e atuação de nossas startups maduras com parcerias nacionais e até internacionais, trazendo a atenção para o Espírito Santo. Projetos desenvolvidos pelo Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Estado do Espírito Santo (Sincades), Federação do Comércio (Fecomércio), Faesa, Secretaria de Estado da Cultura (Secult), FindesLab, Universidade Vila Velha (UVV), Sebrae e Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e que estão sendo fomentados pela MCI estão trazendo perenidade para programas e sedimentando cultura de inovação.
Pensando em 2024, quais são as expectativas e metas para o próximo ano em termos de inovação? Existem áreas específicas que receberão maior foco ou investimento? Quais projetos e ações a MCI planeja, apoia e aposta para 2024? Qual a principal tendência do segmento da inovação capixaba para o ano que vem?
Fortalecimento de grandes projetos como Cidade da Inovação, Espírito Santo Innovation Experience – ESX, InovaLab, HUB ES+, Estruturação de Ambientes de Inovação e editais da Fapes como Tecnova III, Internacionalização de Startups e Programa de Inovação Aberta Coletivo de Corporates são a ponta do iceberg. Essas iniciativas se somam a projetos de grande alcance, chegando via hubs privados.
Temos que monitorar e intensificar os resultados dos programas. Nosso papel é apoiar e induzir ações dos atores.