A 8ª edição do Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (SUS): Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS) está aberta e vai investir R$ 6,6 milhões com a finalidade de apoiar e fortalecer o desenvolvimento de projetos de pesquisa que busquem soluções para as prioridades de saúde e atendam às peculiaridades e as especificidades do Espírito Santo.
O Edital nº 17/2024 é uma iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), em parceria com o Ministério da Saúde por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Decit/SECTICS/MS), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Secretaria da Saúde (Sesa).
O edital é voltado para pesquisadores com título de doutor, em exercício efetivo da atividade de pesquisa em instituição de ensino superior e/ou pesquisa, pública ou privada, sem fins lucrativos, com sede no ES.
As inscrições estão abertas até o dia 28 de novembro e as propostas devem ser submetidas por meio do Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T), e da plataforma SigFapes. O Ministério da Saúde disponibilizou dois manuais para auxiliar na submissão das propostas: Manual de Acesso ao SISC&T (clique aqui) e Manual do Pesquisador (clique aqui e acesse).
De acordo com o diretor-geral da Fapes, Rodrigo Varejão, a realização da 8ª edição do Programa PPSUS é mais um passo importante para a comunidade científica capixaba e está em sintonia com os eixos estratégicos estabelecidos pelo governo do Estado, onde a ciência e a saúde estão intimamente ligadas.
“O fortalecimento e o desenvolvimento regional no campo da ciência, tecnologia e inovação em saúde trazem diversos benefícios para a população, que vão desde a otimização da gestão, até a prestação de melhores serviços e o uso de novas metodologias para o diagnóstico. Além de também permitir a capacitação de agentes públicos para o uso de novas tecnologias de trabalho. O investimento em ciência é primordial para a evolução da sociedade, para tomada de decisão com relação a políticas sociais relacionadas à saúde, ao bem-estar e ao crescimento da população. Estamos felizes em firmar essa parceria com o CNPq que viabiliza a realização da 8ª edição do PPSUS no Espírito Santo”, disse Varejão.
Webinário sobre o PPSUS recebe pesquisadores
No último dia 31 de outubro, a Fapes realizou um webinário sobre o PPSUS, transmitido ao vivo no canal da Fundação no Youtube. O evento serviu para informar detalhes sobre o novo edital e esclarecer dúvidas existentes aos interessados. Além disso, contou com a participação de dois pesquisadores que submeteram projetos em edições anteriores e conquistaram resultados de impacto para o SUS. A transmissão segue salva na plataforma para acessos, confira.
Prótese robótica de perna para pessoas amputadas
Um dos pesquisadores convidados para o webinário, Rafhael de Andrade, coordenou o projeto de dispositivos robóticos para reabilitação e assistência de pessoas que são atendidas pelo SUS, desenvolvido por alunos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Um desses dispositivos robóticos inovadores que já está em fase avançada é uma prótese robótica de perna para pessoas amputadas que emprega motores, robôs e sensores, além de um computador e uma bateria, sendo capaz de realizar o movimento que a pessoa desejar, permitindo assim ter mais mobilidade. Por ser um equipamento único, composto por joelho e pé robóticos, a prótese tem uma diferença crucial para as comercializadas atualmente, que são separadas para joelho ou pé.
“No Hemisfério Sul, a prótese que estamos desenvolvendo é única. Ainda tem muita coisa a ser feita, porque tudo que envolve saúde humana exige que a gente vença grandes barreiras. Mas em nível de desenvolvimento tecnológico, que varia até nove, a prótese está em estágio sete ou oito. Já conseguimos testar essa prótese em pessoas amputadas, que andaram bem, conseguiram caminhar, subir e descer rampa, mas ainda precisa de ajustes, até porque a tecnologia não para de avançar. Pretendemos integrar esse dispositivo ao sistema neuromotor da pessoa, de tal forma que ela consiga controlar a prótese robótica da mesma forma com que consegue controlar a perna de forma naturalmente. Um controle intencional”, explicou Andrade.
Em termos de o produto chegar até as pessoas para ser utilizado, o pesquisador explicou que ainda há necessidade de percorrer um processo de desenvolvimento e comercialização, que deve ser feito por empresas do ramo. O coordenador deseja ainda que possam surgir startups com esse objetivo específico.
“Acho que estamos próximos. A universidade não pode comercializar isso como equipamento, claro. Precisamos transferir essa tecnologia para uma empresa que seja interessada em desenvolver e comercializar o equipamento. Estamos no ponto de fazer essa transferência, apesar de o mercado ser bastante fechado e não termos muitas empresas que fazem isso. Nossa intenção é que surjam startups dentro da universidade que visem desenvolver esses produtos como equipamentos para levá-los até as pessoas”, concluiu.
O projeto recebeu um suporte financeiro de cerca de R$ 138 mil para ser realizado. O valor é proveniente do Edital PPSUS, na edição de 2020.
Enfrentamento às violências contra mulheres
Outra participante do webinário foi Franciele Marabotti Costa Leite, doutora em Epidemiologia, que coordenou o projeto “Violência contra a mulher em Vitória, Espírito Santo: um estudo de base populacional”, desenvolvido na Ufes. De acordo com a pesquisadora, foram entrevistadas 1.086 mulheres em suas residências e os dados foram alarmantes.
“Esse projeto de pesquisa teve por objetivo identificar a prevalência de violência contra a mulher entre as residentes do município de Vitória durante a pandemia e experiências de violência pelo parceiro íntimo na vida. Pudemos concluir que duas em cada 10 mulheres residentes em Vitória foram vítimas. A violência mais frequente foi a psicológica, seguida de física e sexual”, informou Franciele.
O projeto recebeu no edital de 2020 o valor de R$ 150 mil para ser desenvolvido e Franciele explicou que a experiência foi muito exitosa. “Certeza que se não fosse o apoio financeiro, essa pesquisa não teria sido realizada e não teríamos dados tão importantes para as políticas de enfrentamento às violências contra as mulheres em nosso Estado”, pontuou a coordenadora.
SERVIÇO
Edital Fapes/CNPq/Decit-Secti-MS/Sesa nº 17/2024 – PPSUS
Prazo para submissão de propostas: até as 23h59 de 28 de novembro
Valor disponibilizado para o edital: R$ 6,6 milhões
Sites para submissão: www.sigfapes.es.gov.br/ e sisct.saude.gov.br/sisct/
Manual de acesso ao Sistema de Informação de Ciência e Tecnologia em Saúde (SISC&T): clique aqui
Manual do pesquisador: clique aqui
Dúvidas sobre o edital? ppsus.es@fapes.es.gov.br
Webinário sobre o edital disponível no Canal da Fapes no YouTube
Com informações da Fapes