Giovanni “JooW” Federici informou com exclusividade para o WHTPPR que a inciativa deve chegar ao Estado no segundo semestre
O conceito de esporte foi o que passou por uma redefinição significativa nos últimos anos. A mudança na natureza dessa atividade deu lugar aos eSports, que surgiram a partir da popularização dos jogos eletrônicos de competição. E o Espírito Santo, que já revelou bons profissionais desse novo mercado, se prepara para dar um salto de qualidade com a chegada de investimentos no setor a partir do segundo semestre de 2021.
A afirmação é do consultor e praticante da modalidade, Giovanni “JooW” Federici. Ele acredita que o Estado deve receber uma franquia nacional consolidada, que vai concentrar investimentos para a formação de profissionais que vão atuar nesse mercado de alta tecnologia. “A expectativa é de que, em breve, o Estado seja um dos maiores estados formadores de profissionais deste mercado”, afirma.

JooW revela que a pandemia do Novo Coronavírus trouxe impactos ao setor no ano passado, principalmente no ES, que não registrou ações relevantes de eSports nesse período. Para ele, muitos investidores deram um passo atrás e as prioridades de investimento se voltaram para áreas como a Saúde, o que redirecionou o foco de recursos financeiros para o restabelecimento de uma base de apoio à sociedade.
Mas, mesmo com todo o impacto que o setor sofreu em 2020, a esperança é de que, com os novos investimentos, o Espírito Santo ganhe um aporte positivo que trará mais fôlego em terras capixabas. E a explicação é simples.
Com a pandemia, o esporte tradicional, que tem como característica o contato físico, teve muitas de suas vertentes paralisadas. O que, inevitavelmente, forçou a necessidade de revisão nos investimentos, abrindo a mente de investidores para atividades de esporte, lazer e entretenimento no ambiente virtual. “Acredito que, em breve, o Espírito Santo será um dos maiores estados formadores de profissionais deste mercado. Estamos saindo muito à frente nisso, na educação dessa área, e isso é uma coisa muito interessante para o Estado” afirma JooW, que além de competidor, atua hoje em dia como consultor de eSports.
“Os eSports, de uma forma geral, cresceram durante a pandemia, uma vez que as pessoas começaram a vê-los como forma de entretenimento, lazer, saúde mental e uma maneira de se manter ocupado neste período. Some-se a isso a necessidade de distanciamento social e vemos os games e o eSport como realmente uma alternativa de mercado”.
Destaque
Um bom exemplo de modalidade que fez uma transição do analógico para o digital foi o pôquer. E o Brasil ocupa um lugar de destaque: são mais de 20 competidores no top 100 do ranking mundial, incluindo os dois primeiros do planeta: Brunno Botteon e Yuri Martins. O País ainda conta com grandes nomes do on-line como Pablo Brito, João Simão, Dayane Kotoviezy, Bruno Volkmann, entre outros.
Só na última edição do World Series of Poker, que foi disputada 100% on-line por conta da pandemia, o Brasil faturou quatro braceletes, sendo um dos países que mais se destacaram na competição.

Nos e-sports, não é diferente. O Brasil já fez campeões mundiais em jogos como Counter-Strike, Rainbow Six, Magic, Clash Royale, Free Fire, Pro Evolution Soccer e FIFA – além de ter um cenário nacional bastante desenvolvido em outros jogos como League of Legends e Overwatch.
Inovação e crescimento
Uma das empresas que realiza estudos sobre a indústria dos e-sports, a Newzoo prevê que o setor deve ultrapassar a barreira de 1 bilhão de dólares e chegar a cerca de 6 bilhões de reais pela primeira vez na história em 2021.
O tamanho do mercado de e-sports, bem como a alta velocidade com que o público desse segmento se atualiza e consome conteúdo, faz da inovação um dos pré-requisitos de qualquer ação de marca.
Esse crescimento deve ser acompanhado pelo aumento do público espectador, que é cada vez maior. Isso deve criar mais espaço para as transmissões de e-sports na televisão e impactar também o mercado publicitário – que hoje já é responsável por gerar cerca de 70% da receita do setor.
Com isso, a tendência é de que os jogos se profissionalizem e de que novos jogadores se destaquem. Cada vez mais, os videogames deixaram de ser mera brincadeira de criança e passaram a ser uma oportunidade de carreira para as novas gerações.