O hábito de fazer compras e a forma como o comércio atende aos seus consumidores se transformou nos últimos anos. A inovação tecnológica e o atual cenário de mudança, pressionados pela pandemia, vêm abrindo um novo leque de funções, modelos de negócios e oportunidades dentro deste universo.
As relações entre clientes e marcas, por exemplo, ficaram mais próximas; as ferramentas e aplicações comerciais se diversificaram e certos públicos passaram a buscar na atividade de compras alternativas que agregam experiência, agilidade, personalização, entre outros valores.
Personal shopper

Melyssa Viana, por exemplo, que atua no segmento de moda feminina há mais de 15 anos, decidiu acompanhar essas mudanças. Percebendo, no Espírito Santo, que comércio e consumidores precisavam se adaptar aos novos tempos, ela decidiu investir numa carreira alternativa, oferecendo experiências diferenciadas às suas clientes.
Melyssa tornou-se, há cerca de um mês, empreendedora digital atuando como personal shopper. Ela faz curadoria de produtos e assessora outras mulheres, suas clientes, indicando peças, acessórios e itens de moda de acordo com características e gostos pessoais de cada uma delas. Para Melyssa, o desafio do momento atual foi o que a conduziu por este caminho.
“Foi a partir dessas novas necessidades e durante o distanciamento social exigido pela pandemia que surgiu a ideia de trabalhar como personal shopper. Meu desafio passou a ser ir até minhas clientes e oferecer os produtos que elas desejam.”
Comércio eletrônico

No Espírito Santo, em especial na Grande Vitória, a tendência do comércio eletrônico vem seguindo o mesmo padrão verificado em estados do Sul e do Sudeste – que mais consomem produtos em lojas virtuais. Na opinião da especialista em marketing digital e performance manager na Buzz.me, Luany Lima, isso se dá, em grande parte, por causa dos incentivos fiscais para desenvolvimento do e-commerce nessas regiões.
Para ela, a pandemia também acelerou o processo de digitalização do comércio nas empresas de forma geral. “Esse processo, que poderia acontecer num prazo de cinco anos, foi antecipado para alguns meses. A mudança foi grande, inclusive por parte dos tomadores de decisão nas empresas. Só estão conseguindo sobreviver as empresas que partiram para o digital”, analisa.
Luany diz que uma das mudanças que tem maior impacto no consumo é a facilidade que o ambiente digital oferece para a atividade de compra. Segundo ela, tanto o pequeno comércio de bairro como grandes comércios, como o do setor automotivo, se beneficiam dessa tendência.
“Hoje não há mais necessidade de se deslocar até a lojinha do bairro para adquirir um produto. Isso é uma tendência do pequeno comércio local. Na outra ponta, temos essa tendência em grandes mercados, como o de veículos, que já se prepara para substituir a loja física pelo show room digital, com a venda sendo finalizada pela internet.”
Novas maneiras de comprar
Uma experiência de sucesso que mostra o tipo de transformação que vem acontecendo no comércio é a Zaitt – primeira smart store da América Latina. A startup de tecnologia do varejo foi lançada em Vitória e oferece uma experiência de compra 100% autônoma.

A franquia foi adquirida recentemente pela multinacional Sapore e anunciou no ano passado a previsão de abrir 13 novas lojas pelo Brasil. Aberta em período 24/7, as compras em uma loja da Zaitt oferecem experiência totalmente guiada pelos próprios compradores, com o auxílio de um aplicativo instalado no dispositivo móvel do cliente, sem a necessidade de atendimento humano.