A transformação digital dos eventos já era uma realidade antes da pandemia. Nos últimos anos, novas tecnologias ganharam destaque no setor, como transmissões simultâneas, realidade virtual e aumentada, projeções interativas, vídeo mapping, credenciamento por reconhecimento facial, flip charts interativos, apps, gamification, para citar algumas.
Mas veio o distanciamento social redesenhando as necessidades e exigindo a transformação dos negócios. Para se adaptar a essa nova realidade, portanto, surge um novo formato como opção para este mercado: os eventos híbridos. Eles usam a inovação tecnológica para promover o entretenimento e o engajamento – tão essencial ao mercado de eventos – , mas com segurança e dentro dos protocolos de saúde vigentes.
Aprendizagem e transformação
Atuante no mercado de eventos há mais de 15 anos, a publicitária Danielle Marchioni, gerente de projetos e gestora da C10 Marketing Promocional/Beta Rede, diz que o segmento vem passando por uma série de adaptações desde março do ano passado, o que ajudou a dar origem aos eventos híbridos. Segundo ela, esses ciclos de aprendizagem e transformação que remodelaram o formato dos eventos vêm acontecendo de forma contínua.

“Estão sendo encontradas novas possibilidades para que a jornada dos usuários seja interessante tanto no presencial como no on-line. É um aprendizado de forma aberta.”
Plataformas
Uma das ferramentas que vêm ajudando o mercado de eventos a driblar as adversidades da pandemia são as plataformas digitais especializadas.
Claudio Cardoso, diretor da Win Eventos e presidente do Conselho Curador do ES Convention e Visitors Bureau é gerente de negócios da Virtuali, uma plataforma digital para eventos desenvolvida com foco em congressos, feiras e eventos corporativos. Cardoso acredita que a restrição aos eventos presenciais forçou o mercado a encontrar novos meios.

“Uma vez que a realização de eventos presenciais está restrita, é necessário apresentar soluções aos seus clientes.”
Híbrido na prática
Um evento recente que pode ser considerado case nesse mercado foi a 20ª edição da Cúpula Global do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC). O evento aconteceu em Cancún, no México, de 23 a 25 de março de 2021, no formato híbrido, com sessões outdoor para garantir o distanciamento social e aplicação dos mais avançados protocolos de higiene e segurança. Foram recebidos cerca de mil participantes presenciais e mais de 20 mil de forma virtual.

Tipos de eventos híbridos
Segundo informações do blog da Netshow.me – ferramenta especializada em transmissão de eventos online, existem basicamente três formatos de eventos híbridos:
1 – Conexão com participantes remotos: Neste formato, todos os participantes ficam online e possuem as mesmas possibilidades de interação, podendo – dependendo da plataforma em que se transmite o evento – comentar, enviar vídeos, áudios ou imagens, entre outras possibilidades.
2 – Conexão com palestrante remoto: Neste formato, os palestrantes é que se mantém remotos e os participantes, presenciais. Usam-se softwares de videoconferência para este tipo de evento híbrido.
3 – Multi Hub Meeting: Neste formato é produzido um evento principal e vários pontos locais são conectados a ele através de transmissão ao vivo. Por ter execução mais complexa, normalmente o multi hub meeting é o menos utilizado pelo mercado.
Pesquisa
Eventos híbridos tendem a impactar diretamente o engajamento, a potencialização de negócios e o ROI. Segundo pesquisa VM Consultoria em parceria com a SSK Análises, 86% dos entrevistados sobre o tema encaram este formato como o principal tipo de evento do futuro.
A pesquisa, considerada o primeiro estudo sobre este tipo de evento no Brasil, identificou que a expectativa do mercado é a de que este formato seja cada vez mais utilizado e de que ele funciona bem tanto para públicos internos como para públicos externos.
As principais métricas de avaliação deste tipo de evento, ainda de acordo com a pesquisa, são o número de participantes online, o engajamento e o feedback dos stakeholders.