Por Ludmila Costa, participante da Oficina de Jornalismo realizada pelo WhitepaperDocs em parceria com o Sebrae/ES.
Com o objetivo de apostar na inovação para resolver problemas históricos que afligem a população, Cariacica lançou um plano municipal do ecossistema de inovação, que teve o relatório final divulgado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Semdei) e pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae/ES).
O plano foi criado por uma necessidade de discutir o uso da inovação e da tecnologia para buscar soluções simples e fáceis de implementar. Uma forma de construir um diálogo entre gestores públicos, Ifes, comunidade, governo e universidades sobre a falta de infraestrutura, por exemplo, além de fortalecer um ecossistema com vários atores trabalhando em prol do desenvolvimento sustentável da cidade.
“A importância é estratégica porque, para saber onde quer chegar, você tem que dar os primeiros passos”, afirma Lúcia Dornellas, secretária de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Cariacica, em entrevista ao WhitepaperDocs.
De acordo com a secretária, a meta é tornar Cariacica uma cidade inovadora, com desenvolvimento econômico e sustentável.
Para a construção do plano, foi realizado um diagnóstico das principais bases econômicas, vocações e potenciais do município, buscando entender qual nível de maturidade do ecossistema para criar ações que pensem no desenvolvimento da cidade juntamente com questões ambientais.
Em parceria com o Sebrae/ES, foram definidas as áreas prioritárias para o desenvolvimento econômico sustentável da cidade e o papel de cada um. A partir do diagnóstico, foram indicadas 27 soluções, distribuídas em nove eixos estratégicos.
O plano completo pode ser acessado aqui
Um dos grandes ganhos é a conexão no processo de inovação na cidade entre universidade, comunidade, empresários e a gestão pública. O objetivo principal é tornar Cariacica uma cidade inovadora e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, bem como atrair empresas inovadoras capazes gerar emprego e renda.
- Como foi construído o plano municipal do ecossistema de inovação de Cariacica?
Lúcia Dornellas, secretária de Desenvolvimento Econômico de Cariacica – O plano foi construído a várias mãos, com a participação de empresas, gestores públicos, universidade, Ifes e comunidade. Ele consiste em várias opiniões e visões dessas pessoas, que são os agentes da cidade de Cariacica e contribuem com o município. É uma base que surge para deixar claro onde o município quer chegar: no desenvolvimento econômico sustentável construído a várias mãos.
- Qual é a importância do plano para o município?
É a importância estratégica. Porque para saber onde quer chegar, você tem que dar os primeiros passos. Então aqui temos um plano de governo que aponta o caminho para onde nós queremos ir.
Fizemos um diagnóstico das principais bases econômicas do município, as principais vocações do município e o potencial que o município tem. Estudamos qual é o nível de maturidade do nosso ecossistema, como os atores estão se colocando nesse novo cenário de cidades inovadoras, inteligentes, e o que é preciso fazer para que um ambiente de inovação venha a prosperar na cidade. A partir desse diagnóstico, vimos as vertentes que temos em Cariacica: pré-incubadoras, aceleradoras, um Centro de Tecnologia do Estado (Cepid)… Aí traçamos várias ações.
É importante para o crescimento da cidade, mas um crescimento sustentável, um crescimento em que caibam todos os atores. E um plano em que todos sabem o papel de cada um. Existe uma série de ações definidas que todos precisamos olhar juntos, com respeito e responsabilidades a todos os entes que compõem a nossa comunidade.
- Quais as metas e objetivos?
A meta é tornar Cariacica uma cidade inovadora, com desenvolvimento econômico sustentável, que seja bom para todos os entes que aqui trabalham e moram. Temos inúmeros objetivos e precisamos o tempo inteiro rever, reavaliar e construir para criarmos um ambiente favorável à inovação, à atração de negócios, à formação de profissionais pelas universidades e Ifes de acordo com uma demanda de um mundo inovador, tecnológico e sustentável.
- Quais os primeiros passos para a implementação?
O primeiro passo já foi dado, que é a discussão desses temas a várias mãos para traçar um plano do ecossistema de inovação e fazer a governança. Nós fizemos a minuta do comitê gestor, em aprovação na Procuradoria da prefeitura. Ele será composto pelo setor público, mas também por empresas, representantes da Secretaria de Ciência e Tecnologia, do Ifes, da Ufes e de organizações não governamentais.
A partir da criação do comitê gestor, o plano sai do papel e vai para as universidades, para as empresas e para a comunidade.
- Qual a importância estratégica de se criar um plano específico para a inovação?
É preciso deixar bem claro que essa discussão de cidades inteligentes, do uso da tecnologia para resolver problemas comuns nas nossas cidades, está de fato em voga. Não é um modismo, mas algo que veio para ficar.
“Quando discutimos inovação, estamos discutindo a maneira mais simples e mais fácil de resolver os problemas que existem nas cidades há anos.
Nós não vamos deixar de lado os problemas comuns da nossa cidade, a falta de infraestrutura, os alagamentos. Muito pelo contrário. O objetivo é discutir como usar a tecnologia e a inovação para resolver esses problemas que afligem tanto a nossa comunidade.

Quando um ecossistema é construído a várias mãos, por todos os atores que vivem na cidade ou que trabalham e prestam serviços no município, como as universidades, favorece a discussão de soluções para os problemas antigos que não conseguimos resolver até hoje. Falar de inovação é falar de desenvolvimento sustentável, é falar de soluções simples para problemas antigos.
É importante que haja um plano específico de inovação para que os gestores públicos, as empresas e a comunidade em geral possam ver que inovação não é apenas tecnologia, é o uso da colaboração e de novas ideias para resolver problemas que até hoje a nossa comunidade enfrenta.”