Por Thiago Borges
Consagrado como um dos ambientes promotores de inovação mais importantes do Brasil pelo Open Startups 2023, o Base27 vai apostar no fortalecimento do ecossistema de negócios para o desenvolvimento da inovação e novas tecnologias. As expectativas são de que a colaboração e a competição gerada pelo ecossistema impulsione o crescimento econômico do Estado em 2024.
A CEO do Base27, Michele Janovik, conversou com o WhitepaperDocs para fazer o balanço das ações da instituição durante o ano e as projeções para 2024. Segundo Michele, mais de 120 startups foram beneficiadas em programas do hub, com conexões diretas de negócios com empresas, além de 65 desafios implementados de mantenedores conectados com soluções de startups.
Por meio da diretoria de educação do Base27, Janovik também destacou as iniciativas de capacitações com as instituições de ensino, realizando projetos com desafios reais das empresas, conectando os estudantes ao mundo da inovação e empreendedorismo. Mais de 4 mil alunos trabalharam o tema inovação em 2023, e cerca de 180 alunos em situação de vulnerabilidade tiveram oportunidades de capacitações.
Whitepaperdocs – Com 2023 na reta final, gostaríamos de saber como você avalia o desenvolvimento do ecossistema de inovação em 2023 em termos de dados, crescimento e participação dos atores?
Michele Janovik, CEO do Base27 – Eu acredito que conseguimos evoluir em aspectos muito importantes para o fortalecimento de um ecossistema. Estamos percebendo muitas instituições comprometidas com os avanços. Temos inúmeros exemplos, é até injusto citar somente alguns, mas acredito que estes traduzem o desenvolvimento: O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES), entregando o Espírito Santo Innovation Experience – ESX 2023, como o grande encontro de inovação do Espírito Santo, que dá visibilidade nacional às iniciativas do Estado, bem como o apoio na reestruturação da Tecvitória, a primeira incubadora do Estado, mostrando resultados muito importantes em 2023; as tratativas para que a Cidade da Inovação, capitaneada pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), se torne uma realidade, o que também contribuiu para o desenvolvimento do empreendedorismo e inovação, além de impulsionar todo o ecossistema. O ecossistema tem se mostrado mais engajado e interessado em fazer da inovação um mecanismo de desenvolvimento do Estado. Empresas apostando em inovação, novos hubs surgindo, o Fundo Soberano atraindo novas empresas de base tecnológica para o ES e, também, apostando em empresas capixabas.
Quais foram as principais tendências de inovação este ano identificadas e trabalhadas pelo Base27 e quais as principais ações desenvolvidas na direção do fortalecimento do ecossistema?
O Base27 se propõe a tornar as empresas mantenedoras mais inovadoras por meio de conexões relevantes. Podem ser conexões que contribuam para que as empresas desenvolvam uma cultura orientada à inovação, resolução de desafios, ou para realização de negócios. Para isso, nós conectamos nossas empresas com a nova economia, trazendo temáticas relevantes como inteligência artificial, ESG, Data-driven, Internet das coisas, Blockchain, inovação aberta e formação de ecossistemas de negócios. Por meio da nossa diretoria de educação, estamos conectados às instituições de ensino do Estado realizando projetos para que os alunos resolvam desafios reais das empresas e conectando os estudantes ao mundo da inovação e empreendedorismo. Todas essas iniciativas contribuem para que, a médio e longo prazo, tenhamos impactos econômicos e sociais no Espírito Santo.
Pode compartilhar alguns números ou indicadores que se destacaram nas ações do Base27 em 2023?
- Mais de 100 conexões, sendo 65 desafios de mantenedores conectados com soluções de startups;
- Mais de 400 pessoas capacitadas na comunidade, contando executivos e profissionais de inovação;
- Mais de 70 horas de conteúdo para os mantenedores;
- Mais de 120 startups beneficiadas em conexões diretas de negócio com empresas e participantes em programas do hub;
- Mais de 4 mil alunos impactados pelo tema inovação e empreendedorismo;
- 693 pessoas do ecossistema capacitadas em inovação;
- 184 alunos em situação de vulnerabilidade foram capacitados.
Falando agora em desafios, quais foram os principais desafios enfrentados durante o ano? E como esses desafios foram abordados e superados?
Este foi um ano em que a Inteligência Artificial tomou conta das principais temáticas de inovação em todo o País. Com as nossas empresas não foi diferente. Todas se preocuparam com o impacto dessa tecnologia em seus negócios. O papel do Base27 foi trazer o conhecimento e abrir oportunidades para que as empresas se conectassem com o tema e compreendessem como poderiam usufruir dos benefícios desta solução. Assim, fizemos ações e projetos para ajudá-las nessa jornada, como o Hack27, o Hackathon do Base27, que é uma maratona de programação e solução de desafios reais das empresas, meetups, workshops e capacitações sobre IA.
Houve algum desenvolvimento específico no ecossistema que surpreendeu positivamente este ano? Vale pontuar algumas iniciativas do Base27 que se destacaram em termos de sucesso ou impacto?
Acredito que tudo o que fizemos teve impactos muito positivos para as empresas. Eu destacaria a relevância da conexão da academia com o mercado. Nós reunimos no Base27 14 instituições de ensino para que, junto das nossas empresas mantenedoras, pudéssemos mudar o cenário apresentado à época sobre a formação e preparação de profissionais para atuarem nas organizações. Era uma demanda latente, e essa é uma prática comum em ecossistemas avançados do mundo, como Israel e Vale do Silício. O Base27 foi pioneiro em construir uma relação direta entre esses atores, o que também contribuiu para o impulsionamento da inovação no Estado. Outro destaque é a conexão entre empresas e startups que culminou na entrada do Base27 para o ranking do 100 Open Startups 2023. Ficamos entre os 25 ecossistemas que mais geram inovação aberta no Brasil e foram avaliados 908 ecossistemas. Para nós, foi uma grande conquista.
Quais são as expectativas do Base27 para o ecossistema no próximo ano em termos de crescimento, tendências e ações? Quais projetos serão desenvolvidos e/ou apoiado pelo base em 2024?
Os nossos objetivos estratégicos para 2024 estão relacionados a tornar as empresas mantenedoras protagonistas em inovação, ser um agente catalisador da inovação no ecossistema e tornar a inovação acessível a todas as pessoas.
Nesse sentido, nossas ações englobam a realização de eventos de inovação e tecnologia, capacitações, desenvolvimento de teses de inovação das empresas, ciclos de inovação aberta, programas para startups, missões empresariais, internacionalização de negócios, programas de inovação social e a formação de uma rede de negócios robusta.
Há algum setor específico que você acredita que terá um papel fundamental em 2024? Ou algum segmento que precisará de foco ou investimento maior?
Nossa aposta está, especialmente, na consolidação de ecossistemas de negócios como uma premissa para que o Base27 e as empresas mantenedoras sejam cada vez mais relevantes e tragam resultados efetivos para o Estado. Isso porque os ecossistemas de negócios desempenham um papel fundamental na criação de valor e na geração de inovação e de novas tecnologias por propiciar um ambiente em que a colaboração e a competição ocorram de forma equilibrada com ganhos mútuos que impulsionam o crescimento econômico.